Seguidores

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Dioneia


O arco-íris que ganhei
Dos olhos dela
Eu os perdi quando a beijei
E ela fechou as pálpebras
E entrelaçou os cílios
Como uma Dioneia

Tudo que passei a ver
Foi um labirinto de cores
Impronunciáveis
Um caleidoscópio despedaçado
Quando fechei os meus
Ainda bem que o recuperei
Quando os abri
Ele estava numa lágrima pendida

Numa gota de orvalhos na pétala
De uma rosa
Na fluorescência de um cogumelo
Que brotou no mugido da vaca
Num verso de Apollinaire


Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    À glutona

    Daqueles pernósticos cílios entrelaçados
    Impronunciáveis cores trouxeram a mim
    Onirismo de alma e corpo despedaçados
    Num frenesi incomensurável e sem fim.

    Então percebi Dioneia de lábios ousados
    Implorando que eu lhe falasse meu sim
    Agora tantos amargos lustros passados
    Gosto daquela pretenciosa glutona enfim.

    Lasciva Dioneia que engole, abocanha
    Um caleidoscópio dentro qual me acho
    Tens das terríveis carnívoras a manha.

    Onde tu vives todos abaixam penacho
    Não existe quem neste planeta te ganha
    Antes, somos todos de ti mero capacho.

    ResponderExcluir