Seguidores

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A Mosca Azul




Não vou te matar
Oh mosca
Vem de pré-históricas larvas
Lavas de vulcões
Chuvas de meteoros
Sopas de amônias
O sol na medida certa
Medido com compasso no infinito
Espaços
De infinitas estrelas que começo
A contar
E não sei quando vou terminar
Tantos eclipses de luas
E você vem de lá mosca
De tantos globos oculares
Sentar no meu pão
Parábola do meu dia fatigado
Sobrevoar o meu leite
Metonímias do meu gado
Estou cansado de mortes
Não vou te matar
Pode se lambuzar no meu mel
Eu compartilho contigo o meu céu
Azul
Pode zumbizar
Cuidado apenas com aquela plantinha
Seu perfume é mortal
Ela é uma planta com instinto animal
Tem estranhas vísceras
E mandíbulas afiadas
E não tem o coração de poeta

Tomando chá com torradas

Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    À mosca

    Azul porque a natureza quis assim
    Para zumbir e marcar sua posição
    Enquanto à mesa lambe seu pudim
    Não está nem aí para sua atenção.

    A mosca azul que senta no seu pão
    Sobrevoa seu leite e parece chinfrim
    Unicamente pensa nela, em você não
    Mate-a, pois ela vai declarar seu fim.

    Apenas uma mosca então dirá você
    Mas que será nociva, eu te garanto
    Onde pousa, ela infecta e não se vê.

    Sua vida contudo é isenta de pranto
    Com ela pousada estás a sua mercê
    Assim somos dela reféns um tanto.

    ResponderExcluir