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domingo, 29 de setembro de 2013

O Menino que nunca Envelheceu


O meu problema de envelhecer
Não foi o enrugamento da pele
Nem a queda dos cabelos
Nem as retinas cansadas
O coração machucado pelas paixões
Pelos lipídios

É o menino que nunca foi embora
E continua jogando pião
Dentro de mim
Na palma da mão
Brincando com as bolas de gudes
Coloridas pelo arco-íris
Empinado papagaios de papel crepom
Manchado
Fazendo aqueles acordes quadrados
No violão todo arranhado pela vida
E apaixonado pelos poemas
Ultra – românticos

Não mata mais passarinhos
Nem aprisiona os pobres preás
Mas permanece ali
Como se a vida fosse um calendário
Que não se desfolha
Um verbo sem pretéritos conjugados
O tempo na velocidade da luz
Um flamenco andaluz
Aquele blues na janela verde...


                     Luiz Alfredo - poeta





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