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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Eu e meu macaco


Houve um dia
Em que eu desci das árvores
Para me tornar um homo sapiens
Abandonei os galhos de frutos
Doces
Para andar ereto
E aprendi a colher os frutos
Com as mãos flexíveis

Haverá um tempo
Que enxergarei a vida
Com outros olhos
Deixarei para trás meus olhos
De neon
Euclidiano geométrico
Cartesiano mordaz
Assaz descerei dos galhos
Ocidentais
Deixarei no outro lado
Da ponte
O homem racional dialético
Falaz
Assaz
Para ser o super-homem

Assim como abandonei
O símio sagaz
Para ser este homem loco
Locais  
Louco demais
Que aprendeu a acender o fogo
Explodir o átomo
A eclodir a si mesmo
Incendiar florestas
E apagar estrelas


Um comentário:

  1. Esse tal Homo sapiens

    Ora! direis, com certo espanto talvez,
    Como então na humanidade não crês?
    E eu, tranquilamente vos esclareço
    Pelo Homo sapiens não tenho apreço.

    Porquanto ele é seu próprio inimigo
    Apenas preocupado com seu umbigo
    E que tudo mais pouco lhe interessa,
    Porquanto nunca convive, tem pressa.

    Direis, mas isso não faz sentido algum!
    Então o tal humano é autodestrutivo?
    Sim, se matará até não existir nenhum.

    E vos direi: acha-se o maior ser vivo,
    E nunca valerá mais que mero “pum”
    Ele que mata sem qualquer motivo.

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