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terça-feira, 10 de maio de 2016

Haauer

É duro chegar ao cerne
Do diamante
Ao profundo amor do amante
Aos essentes do ser
Ser humilde para não saber
Que nada sabe
Perdoa-me Nietzsche
Mas esta eu aprendi
Com Sócrates
Cloro que teve momentos
Que escapei por um triz


Minha primeira arte poética
Foi copiar versos alheios
Versos que me levavam
Aos devaneios
Copiei versos com grafites
E giz
Alheio  
Passeio por entre estrelas
E um luar ensurdecedor
Uns grilos impertinentes
Este verso não é meu
É duma poeta massa
Uns vaga-lumes reluzentes
Passeando intermitentes
Numa hora luz
Outra pura escuridão
Mas ainda fica os vestígios
Da luz
O som nu pisca de olho

Aprendi a poetar com os Oswaldos
Um Gomes não de Matos
Mas de fato do mato
Abaporu mandi nambu
Outro o Andrade
Também o Mário de Andrade
Lembro-me quando me perdi
Na cidade
Claro que tive meu dia
De mosca azul
E moro na galáxia repleta
De poetas
Em Manaus os poetas moram
No vasto caos urbano
Insano
Educano careiro
Lá no cais moraram os tinteiros
As gaivotas
Os galantes botos mergulhadores
Encantados
Trazem no corpo entranhado
O aroma dos rios
Em Porto Velho os poetas estão
Nas ruas
Nas planícies da lua
Nos crepúsculos do mirante
Encontrei o poeta Bahia
Com sua mania de ser feliz
E poetar
Lembrei-me de um acorde
Do Binho
Lá na Boulevard
Acho que vou levar um buquê
De sonhos pra ela
Apaixonei-me pelo verde mar
Do Mucuripe
E levo meu velocípede
E minha viola
Para passear nas suas velas



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