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sábado, 14 de novembro de 2015

Pedras que rolam na minha vida

No principio
Eram apenas pedrinhas no fundo das águas verdes
Do igarapé azul
Pedrinhas tecidas pelas correntezas
Geometrias perfeitas
Peixinhos coloridos como a vida
Mas depois vieram outras pedras
Pedra na baladeira que feriu o peito livre
Do pássaro
O vôo da liberdade
A pele do rio
A primeira topada
Pedras que atrapalhavam meu destino
E rolavam baixinho na minha vitrola
Amarela
Brilhavam no céu
Quebravam meus dentes
Umas valiosas
Outras apagadas
Aquela bem no começo
Algumas perigosas
Obstruindo
Rasgando
Bem no meio do ureter
No fim
Na vesícula
No meio do caminho
No meio do verso
No poema do Cabral
Do Drummond
No meu rim
Na fronte do gigante
Na dose de gim
Pedra de diamante
Pedras que me fazem esquecer
De mim
Das coisas ruins
E seguir adiante

Um comentário:

  1. Pedras

    Desdo início, as tais pedras lascadas
    Mais tarde, pirâmides tanto colossais
    Até as simplórias pedras das calçadas
    Passando à muralha da China e mais.

    Pedras no caminho são apenas nadas
    Haverá muitas nas contruções do cais
    Pedras que impedem nossas jornadas
    Algumas polidas outras bem desiguais.

    A pedra brilhante do noivado, no anel
    Outra na uretra que gemer nos obriga
    Granizo, pedra que vai caindo do céu
    Existem redondas, mistério que intriga.

    Porém, pedras que rolam vivem ao léu
    Espalhadas por aí, quase ninguém liga.

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