Nesta manhã
chovo
Recolho-me
num galho
Sou um
negro corvo
Perplexo
olho do espantalho
Voo
Tento
recolher pedaços
Da aurora
Sorvo algum
orvalho
Alguns
fragmentos de luz
Rasgo meus
olhos
Com
relâmpagos amolados
Nas
vidraças
Tento
dialogar com os crisântemos
E com as
violetas
Mas nestes
dias que chovo
Acabo
alagando o mundo
Luiz Alfredo - poeta
... de poesia. Abraços poeta
ResponderExcluirChove chuva
ResponderExcluirRecolher da aurora alguns pedaços
E unir com fragmentos de pura luz
Depois verificar que não há traços
De vivaz relâmpago que nos seduz.
Se eu chovo a ninguém interessa
Minha chuva molha o espantalho
Chover como chovo é bom à beça
Depois me recolho ao meu galho.
Vejo os relâmpagos nessa vidraça
Mesmerizado com tanta ousadia
E não qualquer coisa que eu faça
Pra diminuir esta cruel melancolia.
Linhas imaginárias a chuva traça
As quais vou percorrer algum dia.