Vivi por
muitos anos
Com a
mulher das minhas ilusões
Bebendo orvalhos
das papoulas
E das
plantas proibidas
Destiladas
pelas madrugadas
Plantando
versos nas calçadas
Enluaradas
Atrapalhando
a aurora de nascer
Com nossos
beijos
E poemas
declamados
Comíamos pedaços
da lua
E fragmentos
de chocolates
Com as pálpebras
encharcadas
De poemas
Sangrávamos
os dedos nas teclas
Negras numa
Royal
E nas
cordas de um rouco violão
Apagávamos as
lâmpadas
Com nossos
olhos sonolentos
E nos amávamos
até o amanhecer
Do dia
Depois que
a última mariposa
Transcendia
E a
cafeteira já recendia seu hálito
De café
Morríamos de
sono
Mas veio o
tempo em se acabaram
As ilusões
A mulher
dos meus sonhos
Foi viver
suas lendas numa terra
Longínqua
E eu fui dar
aula de metafísica
Numa faculdade
particular
O que ficou
daqueles tempos
Foram as rimas
mal contadas
De alguns
poemas
Jogados na gaveta
E o violão
calado no sótão
E quando
caminho à noite
Ainda dialogo
com os vaga-lumes
E a chama
azul da lamparina
Lembra-me a
sombra dos olhos
Dela
Luiz Alfredo - poeta
Vai indo
ResponderExcluirPor muitos anos bebendo orvalho
Das papoulas proibidas um tanto
Esse poeta excelente prá caralho
Com seu poetar me causa espanto.
Plantou muitos versos na calçada
E enquanto comia pedaços de lua
Suas rimas na Royal eram tecladas
E apagavam-se lâmpadas na rua.
Seus olhos por demais sonolentos
Não percebiam no violão as cordas
E as claras notas se iam ao vento.
Mas um dia escorreu pelas bordas
O delírio, o sonho, o pensamento
E ele faz poema desde que acorda.
Meu querido Poeta
ResponderExcluirVenho ler-te, como o faço em silêncio muitas vezes e deixar um beijinho com carinho.
Sonhadora
uma utopia tão terna e tão bela, como só o Poeta sente...
ResponderExcluir:)