Descalço vou
ao encalço
ao encalço
Nas vértebras
de sol
de sol
E sal
Vou andando
pela América
pela América
Do Sul
Na transversal
Um viola no
braço
braço
Vou ao
enlaço do poema
enlaço do poema
Que faço
Pra não
morrer de tédio
morrer de tédio
Sem centeio
Sem remédio
Corto a metáfora
pelo meio
pelo meio
Ando por
estas terras
estas terras
De tiranos
insanos
insanos
Que profana
o Deus da misericórdia
o Deus da misericórdia
Crianças sem
escolas
escolas
Com calos
na mão
na mão
Morrem sem
leite e pão
leite e pão
Também os
bezerros neste sertão
bezerros neste sertão
Estão órfãos
Açudes
sedentos de trovão
sedentos de trovão
Mas nas
terras dos coronéis
terras dos coronéis
Tem capim
Apesar do
belo luar
belo luar
Canções de
amor
amor
O ônibus
demora chegar
demora chegar
Muito imposto
pra pagar
pra pagar
Tendo que
votar
votar
E voltar
para resolver o dilema
para resolver o dilema
O trem bala
é apenas uma bala
é apenas uma bala
Perdida
Ferindo o
coração da gente
coração da gente
Insolente indigente
indolente
indolente
Nesta terra
do sol ardente
do sol ardente
Repleta de
tiranos
tiranos
Morrem o
curumim tão magrim
curumim tão magrim
Tão carente
Sem o unguento
do amor
do amor
Luiz Alfredo - poeta
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