Hoje fui
levar
Um
ramalhete de flores
Selvagens
Multicoloridas
prismáticas
Aromáticas
Cortadas
com meu estilete
Pelo
caminho
Algumas
colhidas lá perto
Do
cemitério com muito carinho
Para minha
mãe
Deixei uns
versos de coração
Sob o
epitáfio meio oxidado
Algumas
letras já enferrujadas
Pelo tempo
A opacidade
da fotografia
Jaz
desgastada
Molhada
pela chuva
Pelos
orvalhos das madrugadas
Não apagou
o seu lindo
Sorriso
Doce como
uma trufa
Do paraíso
sem maldade
Seu nítido
olhar
Ainda
parecia capturar
A vida os
pássaros as estrelas
A cintilar
Crianças o
mar a velha cidade
Que tanto
amava
Parecia
muito feliz
Fiz uma
oração
Balbuciei a
canção que ela
Gostava
E deixei
cair umas lágrimas
Na sua
sepultura
Ela não
pode me responder
Com sua
doce ternura
Nem com sua
rouca voz
Na sua
lousa candura
Mas um
bem-te-vi
Cantou num
oiti florido
Bem logo
ali
Ainda bem
que te vi
Bem te vi
Sem nenhuma
epifania
Parti na
noite que caía
Num luar
âmbar decrescente
Reluzente
incandescente bucólico
Que saia
Abúlico
telúrico melancólico
Com uma
saudade queimando
Minhas
entranhas vísceras
Coração que
ardia
Repletos de
reminiscências
Deste dia.
Luiz Alfredo - poeta
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