Pintei meus
olhos com os lápis
De cores da
tua aurora
Um
Nietzsche rabiscado na cabeceira
Drágeas
brancas espalhadas sobre a luz
Calmante do
abajur
Minha
vitrola calada depois de tantos
Fados
Pedaços de
blues
Os grilos
se calaram
Mas o tic -
tac continuou a trilhar
No caminho
do tempo
É um amanhã
de um novo dia
Tenho que
levantar
Está
engrenagem ocidental
Não me
deixa sonhar
Olhar para
o meu jardim
Ler à
crônica do Gullar
Tenho que
pagar as contas
O imposto
de renda
Tirar o
extrato bancário
Saber onde
vou votar
O
capitalismo oferece tudo
As vitrines
Os fascínios
Os delírios
Belos fatos
e lirios
As melhores
alucinações
Pela alma e
pelo suor
Da gente
É melhor
ser feliz com poucos
Botões
Uma tigela
de arroz
E muitos
poemas no coração
Ter fogo
erva e água
Para o chá
É uma
grande riqueza
Luiz Alfredo - poeta
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