Seus
mistérios
E seu luar
Suas
estrelas reluzentes
Cadentes
Algumas
apenas luzes
Que viajam
trazendo as lembranças
O que a
morte não conseguiu apagar
Mas a noite
é bela
E com seus
lábios sedutores
Começa a
murmurar poemas
Versos
recitados com sua boca
Da noite
Que começo
a escrever num açoite
Em
guardanapos
Pedaços de
papeis
Nas
tabernas empórios boites
Bordeis
Bordeis
Às vezes os
ciciar dos grilos
E das
cigarras
Misturam-se
com as palavras
Declamadas
E eu não
consigo escutar
Soam meio
confusas
Misturadas
Acabo
inventando metáforas
E muitas
vezes uma sinédoque
E pontuando
com pingos
Amalgamas
dos vaga-lumes
Filamentos
de bulbos pálidos
Romanticamente
amarelados
Que caem
feitos polens
Madrugados
Poemas
trêmulos
Recitado
Da boca da
noite
Calidamente
murmurados...
Luiz Alfredo - poeta
Noite, apenas
ResponderExcluirA noite murmura aos vates apenas
Mas ela sabe exatamente o que diz
Os poetas estendem suas antenas
Atentos e particularmente infantis.
Para gente comum a noite é muda
São indecifráveis as suas palavras
Contudo nenhum ouvinte se iluda
Belíssimos colóquios a noite lavra.
E nela os vagalumes estrelas são
Porquanto aquelas no céu distante
Só fazem com a lua uma conexão.
Diz o vate que noite é dos amantes
Para os quais mais vale a escuridão
Então que ela seja menos brilhante.