Da janela
entreaberta do meu tugúrio
Os pássaros
cantavam Pink Floyd
E os girassóis
pintavam Van Gogh
E um
beija-flor comia as pétalas
De uma flor
Com uma
mostarda amarela
De pimenta
vermelha
Ventavam belas
tempestades
E levavam
as velas dos barquinhos
De papéis
E os menestréis
teciam versos
E afinavam
seus acordes
Para acordar
o dia sem tanto
Sangue
E mais
melodia
E recolher
os orvalhos dos pés
De tomate
E cannabis
sativa
As borboletas
se contorciam
Suas metamorfoses
nos estômagos
Das lagartas
E as
abelhas enchiam os hexágonos
De mel
Sem mais-valia
e sem ser
Mercadoria
Parecia até
que Spinoza não havia
Sido excomungado
E a lavoura
fora lavrada na reforma
Agrária
Sem cercas
de arames farpados
E sem os
espantalhos com olhares
Mal assombrados
E dos
sobrados podia se contemplar
A camponesa
colhendo alfazemas
Com seus
belos seios
E suas
delicadas mãos de músculos
Raros
Os dourados
centeios
Ah! As
rosas mais belas que a rainha
De Sabáh
Amolavam de
ternura os espinhos
Pontiagudos
E negros
E o verbo
amar era conjugado
Em todo
lugar
Luiz Alfredo - poeta
Nada sobre cannabis
ResponderExcluirO vate, nessa psicodélica viagem
Salpicada dessa pimenta vermelha
E mostarda amarela na bagagem
A viajor de outros tempos semelha.
Ventos conduziam os barquinhos
Com menestréis versos a cantar
Cada um seguindo seu caminho
Sabendo em qual destino chegar.
Nos campos as borboletas voejam
Alegres e simpáticas no seu voar
Pois quer a natureza que estejam
Exatamente onde está seu lugar.
Do verbo conjugado me protejam
Para que só eu o possa conjugar.