ouvi a cigarra afinar
os seus acordes
tecer suas sinfonias
e balbuciar sua canção
naquela tarde azul de verão
os seus acordes
tecer suas sinfonias
e balbuciar sua canção
naquela tarde azul de verão
as andorinhas riscam
no céus
nos pedaços de nuvens brancas
suas partituras
na maior altura
asas de eternos bemóis
nos pedaços de nuvens brancas
suas partituras
na maior altura
asas de eternos bemóis
o sol rega com seus
raios
cálidos amarelados
seu reinado de planetas
e luas
religião para os girassóis
para os lentos elípticos
caracóis
cálidos amarelados
seu reinado de planetas
e luas
religião para os girassóis
para os lentos elípticos
caracóis
e vós o que sois
neste mundo de muitas estrelas
galáxias distantes
mundo de muitos sóis
o que é o teu instante
neste mundo de muitas estrelas
galáxias distantes
mundo de muitos sóis
o que é o teu instante
mas o que importa é
abrir
a janela
regar as margaridas
cultivar as violetas
e dialogar com a rosa
sobre o mistério do amor
a janela
regar as margaridas
cultivar as violetas
e dialogar com a rosa
sobre o mistério do amor
é debulhar os acordes
do violão
modelar os versos
e compor um refrão
do violão
modelar os versos
e compor um refrão
tarde sonolenta
em que morre o cigarro
queimando entre os dedos
morre a cigarra cantando
enquanto a formiga cultiva
o seu canteiro
e os cogumelos brotam
nos mugidos das vacas
queimando entre os dedos
morre a cigarra cantando
enquanto a formiga cultiva
o seu canteiro
e os cogumelos brotam
nos mugidos das vacas
Cigarras ciciam, cigarros queimam
ResponderExcluirAo ouvir os acordes da cigarra
Naquela tarde azulada veranal
É como longe soasse fanfarra
Que diverte e conquista afinal.
O sol e seus raios amarelados
Espicaçando impiedoso o chão
Desabrocha girassóis cansados
Enquanto brancas nuvens são.
Mas até os caracóis alienados
Se inserem na alegre sinfonia
De atores tão indeterminados
Que atuam e compõe poesia.
Ah, esses cigarros queimados
Na solene hora da Ave Maria!