Sou poeta
Ainda não
escrevi nenhum poema
Nem o epitáfio
da minha sepultura
Porque não
aprendi extrair o látex
Das metáforas
Nem unir as
rimas num galope à beira
Do mar
Mas tomei a
loucura esverdeada
Do absinto
Naquela taberna
onde habitam
Os poetas
malditos
Marginais
Underground
Entre as
penumbras vaporosas
Que imprimem
seus versos
Num mimeografo
alcoolizado
Embriagado pelos
bardos ultra-românticos
Enluarado
Apaixonado pela
donzela pálida esquálida
De olhar
sombreado de paixão
Tentei riscar
alguns versos
Arriscar alguns
acordes no violão
Que era um
poeta
Pois conversava
com a mariposa
Que pousava
nas chamas da lamparina
Decifrava a
gramática do camaleão
Que morava
entre os livros
E morria de
paixão pela musa
Que não
existia
Mas tive
que me conformar
E aprender
Que ser
poeta é não escrever
Nenhum poema
E dialogar
com estrelas
E abraçar o
lápis inconformado
Por nunca
ter poetado
Num pergaminho
qualquer...
Luiz Alfredo - poeta
Ser poeta
ResponderExcluirSer poeta não é escrever versos,
Tampouco alinhar algumas rimas.
Talvez ouvir a risada do universo
E estender aos lerdos sua estima.
Poetas não vivem alumbramento
Eles nascem com especial visão
Pois procuram na fímbria do vento
O fóton de luz e sua real posição.
E até ouvem estrelas dizem por aí
Coisa que não ouso mais duvidar
Embora tenha ouvido falar, não vi.
O vate não se alimenta, vive de ar
E bebem néctar de cores, concluí
Então vivem eles em outro patamar.
Maravilhoso, com todo meu respeito, você é poeta.
ResponderExcluiràs vezes eu tenho vontade de imprimir meus versos e espalhar pela cidade, jogá-los do alto de um prédio. Suicídio poético?