Fibras de
um coração atormentado
Andaluz
Perdidos
nas penumbras
Sombras de pálpebras
pensativas
Narcotizadas
de poesias
Enamoradas
Cordas de
um violão violento
Sedento de
amor
Declamando seus
versos
Aos espantalhos
Aos moinhos
Aos
cata-ventos
Ao girassol
enluarado
A musa dos
relentos desta vida
Esbravejada
E ela nem
me liga
Sou apenas
um pobre poeta
Perdido nas
madrugadas
Tragadas em
antigas cantigas
Sedento de
amor
Sorvendo o
verde absinto
E sinto no
calor dos arpejos
O calor dos
teus beijos sobejados
Não beijados
Os versos
dos antigos poetas
Do Tejo
E nos meus
desejos
Por te amar
Declamar
este sentimento
Este tormento
rubro
Rasgo este
flamenco
Nestes filamentos
violados
Como um
bardo embriagado
Por um fado
Violeiro
alucinado
Nestes locos
acordes
Como um
touro herido
De sangre
Uma poesia
em profusa hemorragia
Mi rapariga
muy guapa
Bela como a
lua despetalada no céu
Como uma
rosa rocio orvalhada...
Luiz Alfredo - poeta
Dedilhadas, falam aquelas cordas
ResponderExcluirDe notas harmônicas um atropelo
E em lúdicas vibrações transborda
As minúcias acarinhadas com zelo.
Não importa se Madri ou Granada
Porque o toque ninguém estranha
Dessa harmonia tão bem dedilhada
Que promove o nome da Espanha.
Ibéria
A música sensibilizou esse poeta
Lhe trouxe à flor da pele inspiração
Porquanto como concreto esteta
Construiu belíssima composição.
Mostrou sua vida nem tão secreta
De admirador do toque de violão