Com meus
pobres versos
Vou
construindo minha riqueza
Poética
Mesmo
emprestando a poesia
Do poeta
revolucionário da Rússia
E do poeta
de Russas
Eles não me
cobram juros
Nem das
entrelinhas nem das reticências
Nem das
metáforas
O lucro é
todo pra mim
Com minhas
pobres rimas
Vou tecendo
a poesia todo santo
Dia
Toda santa
noite
Com suor
vou plantando
Minha
lavoura
Meus
delírios
Vou
vestindo meus girassóis
E meus
lírios
Claro que
nunca serão
Tal como os
provérbios de Salomão
Nem uma
estrofe divina
De Tagore
Mas serão
poemas do meu pobre
Coração
Pobres
poemas de uma paixão
A não se
apagar
Declamados
no cálice da noite
Ao luar
E para
imensidão estrelar
São silabas
inacabadas como as estrelas
Que não
podemos contar
Alguns eu
queimo nas lamparinas
Nas crinas
das estrelas cadentes
Na colher
de absinto incandescente
Nos fulcros
ardentes dos vaga-lumes
Alguns eu
apago no látex defumado
Da
seringueira
Outros eu
afogo nas ondas bravias
Do mar
Soneto-acróstico
ResponderExcluirInesgotável aliteração
Pobre poeta de perversos poentes
Ousando, objetiva outra obsessão
Então entranha-se entre seus entes
Tendo talvez tamanho talento então.
Assim apenas adjudica admiração
Regateia rumos retilíneos regulares
Outrora obnubilava óbvia obstrução
Sem saber de sentenças seculares.
Vai vivendo vil vagabundo a vadiar
Embora escriba escuso excepcional
Recusa relação repressiva reticular.
Seresteiro semântico, sóbrio social
Onírico organizador oblato oracular
Sacode sociedade sacana, sideral.