Antes de
Cabral e Colombo
Eram todos
os dias
E todas as
noites eram suas
Com as naus
vieram os maus
Com seus
hálitos de pólvoras
Contaminados
Seu norte
imantado
A morte
montada a cavalo
Seu
bacamarte engatilhado
Seu pescado
defumado
Seus
delírios
Seus destilados
Seus ais
Seu
colonialismo escravocrata
Seus
governos gerais
Com suas
caravelas de panos
O espelho
com suas ilusões
De óticas
Suas missas
em latim
Suas
premissas enfim
Quase sem
fim
Seu falar
lusitano
Calaram o
tupi
Venceram o
tacape
Apagaram o
urucum
Da sua face
Calou a
flauta de sua boca
Vestiram
sua nudez de roupa
E numa
escritura de disfarce
Sua aldeia
Seu
calendário gregoriano
Deixou
apenas um dia
O dia do índio
Quase
extinto no litoral
Perseguido na
Amazônia
Dia de
Santa Ema da Saxônia
19/04 - Dia do índio
ResponderExcluirSoneto-acróstico
Havia milhões deles na lusa chegada
O “descobrimento” invadiu sua terra
Já portugueses cuja existência irada
Equacionou-os numa cruenta guerra.
Depois veio a ocupação e extermínio
Inclinados à paz perderam a batalha
Assim consolidou o lusitano domínio
Daquela exploração maldosa e falha
Os índios quase sempre a fraca parte
Íntimos de bichos, da terra e da mata
Não resistiram à pólvora e bacamarte.
De então para cá, silvícolas se mata
Indefesos, eles, sem algum baluarte
Objeto da insânia “civilizada” se trata.