A noite
desenrola um poema
Do Zola
Nas
pálpebras cansadas
Dos meus
olhos
Lá fora o
luar devora
Versos
sonolentos de outrora
Do tempo em
que os cata-ventos
Dialogavam
com as lavouras
E os
vaga-lumes eram estrelas
E as
constelações eram galáxias
Tempo em
que os grãos declamavam
Parábolas
Metonímias
dos centeios
Moinhos celeiros
O permeio
do fermento
O
sentimento dos esteios
Que
delimitam as plantações
E os
pássaros vestiam os mantos
Dos céus
E nele
escreviam suas partituras
Tempo em
que as andorinhas desenhavam
O verão
Para nele a
cigarra cantar sua canção
A chuva
molhava as sementes
O trovão
acordava os grãos
Que engravidaram
E germinavam
num lindo botão
Numa bela
rosa
E a vida vai
embora
Cruza a
ponte
Não espera
o tempo
Vai tornado
tudo passado
Uma saudade
incontornável
Um pretérito
que podemos conjugar
Mas nunca
mais vivê-lo
Remêmore
ResponderExcluirHá tempos de pálpebras cansadas
Daqueles outros tempos terem visto
De lavouras tantas todas semeadas
De sementes grávidas como visto.
Havia pois românticos cata-ventos
Batendo papo com belas lavouras
E despertavam versos sonolentos
Que lembram época imorredoura.
Todo sentimento é pretérito contudo
Onde se conjuga somente passado
Porém quando poeta não fica mudo
Ao saudosismo ele passa atestado.
Com esse meu versejar assim miúdo
Trago ao presente o bem do passado.
Caro Luiz Alfredo, poeta
ResponderExcluirHá quanto tempo não nos encontramos, parece que estávamos noutra galáxia,
noutro universo Mas aqui pertinho, na internete e na poesia. Bonito o seu poetar, gosto de sentir suas metáforas despretensiosas. Obrigado pelo seu elogio ao meu soneto. Que me deu um trabalhão. Mas consegui.
Abraço Amigo
FRANCISCO MIGUEL DE MOURA