Tudo deu
errado na minha vida
Papai queria
que fosse engenheiro
Construísse
prédios
Fizesse
pontes naqueles rios
Mas me
tornei um poeta
Marginal
Um bardo
violado
Transeuntes
das periferias
Escritor de
muros abandonados
Mamãe queria
que me casasse
Com ela
Estudante da
Escola Normal
Filha de
dona Maristela
Mas me
juntei com Maria Juana
Quase deu
rolo
Quase de
cana
Estranha cara
de melenas
Desgrenhadas
Sem endereços
adereços
Estranhos de
estanho
Tatuagens
Outras viagens
Quando morri
fiquei sem epigrafe
Sem túmulo
Sem testamento
Sem missa
Por que meu
corpo não foi encontrado
Minha alma
perdida
Enluarei-me
Poetas
ResponderExcluirNão existe poeta de linhas já traçadas
Cuja vida fora escolhida previamente
Bardo de alma e mente inconformadas
Vive apenas dia-a-dia simplesmente.
Sua estrada sinuosa não será plana
Vai versejando ao léu pelo caminho
Em geral o acompanha Maria Juana
Porquanto ele jamais estará sozinho.
Vira estrela um poeta quando morre
Que é certamente uma compensação
Talvez reconhecimento que o socorre
Por seus dias de amarga desilusão.
Porém se quase sempre está de porre
Caga e anda para esse velho mundão.
Amigo Luiz Alfredo, poeta genuíno. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma ótima semana.
ResponderExcluirUau!
ResponderExcluirCada um torna-se aquilo que pode ser.
Belíssimo poema, Luiz!