Está na
hora de ir embora
Mas ficará
a primavera
Com suas
flores
E colibris
Ficará o
bem-te-vi
Cantando
que me viu
No seu fio
de metal
O vento
continuará
Com seus
sussurros soprando
Os
guardanapos em brancos
Sem meus
pobres versos
E as folhas
secas contorcidas
Mortas
Pelas ruas
do ocidente
O
calendário da minha vida
Parou de
ser debulhado
Ficou
apenas meu corvo
Com seus
presságios grasnados
Com suas
córneas negras
Olhando o
extenso milharal
Da vida
Ficou o
arco-íris e suas cores
Imutáveis intransponíveis
Filhas do céu
E do dilúvio
E aquele
blues
Que na ausência
dos teus beijos
Supriu-se
com seu realejo
E machucou
meu coração machucado
Com seus
acordes apaixonados
Maravilhoso, e a performance de Keith Richards... nem há como comentar, Luiz!
ResponderExcluirÉ isso, a gente vai, e a vida fica, os passarinhos continuam voando, as pessoas vão para o trabalho, divertem-se nos finais de semana e depois, nos esquecem.
Abraços!
Hora vazia
ResponderExcluirChega compusoriamente uma hora
Na qual resta apenas a primavera
E o tique-taque nos diz: vá embora
Porquanto aquilo tudo que foi já era.
E apesar do colibri só resta o vento
Continuará ele soprando sussurros
No guardanapo branco um lamento
Que torna o alegre poeta casmurro.
Talvez seja uma hora de meditação
Para acertar o tal calendário parado
E presságio profundo uma comoção
Não torne esse vate tão amargurado.
E horas vazias de dias parados são
Próprias para esquecer o passado.