Eu sou o
verme que passeia
Na lua
cheia
Que se
banha nas marés
O verso do
poema que some
Antes que você
o leia
Eu sou o
lobo da estepe
Que vagueia
silenciosamente
Nas madrugadas
de lua
Não uiva
Nem boceja
versos
Para não
acordar o homem
Que mora em
mim
Se ele
acordar vai querer
Refletir a
metafísica de Aristóteles
E a
substancia de Spinoza
É melhor o
caminhar no silencio
De suas
patas
Sem tocar
nas latas ocidentais
O farejar
indistinto
O cio
O instinto
E o uivar
abstrato
Que meu
homo sapiens acordado
Com sua xícara
de chá fumegante
Suas drágeas
brancas
E seus
silogismos absolutos
Lucidez
ResponderExcluirO poeta como verme que passeia
No vai-e-vem das marés se banha
E sempre nas noites de lua cheia
Faz o verso do poema com manha.
Como lobo da estepe ele vagueia
Na madrugada solitário então boceja
E prá acordar injeta verso na veia
Torcendo que sempre assim seja.
Reflete Aristóteles quando acorda
Deglute, bebe e vomita Spinoza
E sua metafísica então transborda.
Não lhe importa o espinho da rosa
Tampouco um versejar calhorda
O intento é sonhar em verso e prosa.