Um dia os
músculos do meu lápis
Terão dores
profundas nas suas articulações
E não poderão
escrever mais meus versos
Nas peles
dos papéis
Nem nas
rotas das constelações
Nem nos papelões
Nem na cútis dos camaleões
Não abrirei
as janelas para conversar
Com as
estrelas
Nem com as
galáxias dos vaga-lumes
Nem beberei
as chamas das lamparinas
Azuis
Nem beijarei
as entranhas do luar
O que
restou do verbo amar foi um pretérito
Imperfeito
Que vai se
apagando no glaucoma
No coma de
um coração abandonado
Na cômoda de
um abajur âmbar
Migalhas náuseas
drágeas branca
Na cama
insones filmes nas fronhas
O tempo
apagou sua conjugação
Os sonetos
de uma quase eternidade
Ficaram efêmeros
liquefeitos desfeitos
Rarefeitos não
conseguiram declamar
O conceito
deste amor perfeito
Ainda gravo
poemas no gravador
De fitas
ultrapassadas
Com a voz
pouca rouca louca
As teclas
negras da minha Royal
Começaram
sentir dores profundas
Nas articulações
As lembranças
começam ficar apagadas
Os poemas
ficaram sem textura
A tinta foi
extinta com o amor
Não sofri
tanto porque comecei a namorar
Com minha
solidão
Junto falamos
de orquídeas
E comemos
chocolates
Tomamos café
do Sudão
E escutamos
músicas nas partituras
Na maior
altura
O tempo passa, o sonho não
ResponderExcluirLápis: afinal por que me consome,
Se acaba me matando ao escrever?
Pois qualquer que seja teu nome
Tudo que produzes será vir a ser.
Não beberás chama da lamparina
Tampouco conversarás com luar
Pois constelação já não te ilumina
Pontanto estás em outro patamar.
Na tua cama essa insone fronha
Sabe de ti um universo de eventos
Desde quando te trouxe a cegonha
Até teus recôndidos pensamentos.
Então o seu íntimo sonho exponha
Pra não se tornar vate lamuriento.
Este dia chegará para todos nós...
ResponderExcluirbom dia, Luiz.
Enquanto não chega a gente vai nesse deleite de ler seus versos...
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