Querer a luz
dos teus olhos
Pra mim
É como quere
os raios do sol
Deste lindo
dia
Acariciar suas
sombras
Beber os ventos
que balouçam
As folhas das
palmeiras
Adoçam seus
frutos
Adornam suas
flores
E querer os
gorjeios dos pássaros
Os versos dos
poetas exilados
O murmúrio dos
córregos
O lindo luar
que banha o sertão
Querer teu intrépido
coração
Pra mim
É querer estas
ondas deste mar
Bravio
Que vem tocar
suavemente
As brancas areias
desta linda praia
Depois volta
a ser uma crista revolta
Querer teu eterno
amor
Teus lábios
de mel
E como querer
a efemeridade da flor
A eternidade
azul do céu
A crisálida
não dura para sempre
Chega à hora
que cria asas
Vira borboleta
e vai embora
Eu sei disso
meu amor
A
tempestade tem me ensinado
O devir do rio
da minha aldeia
A metamorfose
da lagarta
A dialética
do dias e das noites
Não podemos
ser dono de nada
Por que tudo
passa
Tudo é volátil
demais
Fugaz
Tem a sua hora
Agora há
Logo depois
jaz
Mas tem o
momento
Que nos causa
este sentimento
De eternidade
Em que
podemos tomar um chá
Escutar um
jazz
E aprisionar
por uns instantes
A eternidade.
Soneto-acróstico
ResponderExcluirEternidade?
E como querer a efemeridade da flor
Sei que teus olhos fugazes são tudo
Tento não beber esse tal cálice da dor
Eternizando o meu vir a ser, contudo.
Sei perfeitamente disso, meu amor
Tens na luz dos olhos todo conteúdo
E eu me perco neles, seja como for
Ultraja-me querer-te, e não me iludo.
Sob a dialética da crsálida provisória
O devir como deve ser, apenas sonho
Longe da realidade, somente história.
Hoje entretanto a seus pés me ponho
Ontem acabou o sentimento de glória
Só restou este ser humilhado, bisonho.