Um poema para Lívia
Im
memorian: Lívia
Epitáfio:
uma flor de infinita beleza
que durou brevemente
Jaz ali
O canto do bem-te-vi
Parou de cantar
A flor
Deixou as pétalas em devaneios
Atordoadas ao vento
Ao tempo
A primavera atordoada
O colibri não a
osculou
Mas continuou bela
Fazendo as lágrimas
rolarem
Nas nossas faces
pálidas
Mãos trêmulas vacilarem
Nossa mente confusa
Que não entendem muito
De transcendência
Desta bela menina ali
de cílios
Cerrados
Para o azul do céu
Coisas que acontecem
E nos desmontam
Como um enigmático
Drama
Um poema sem fim
Uma flor tão pequena
Num imenso jardim
Uma vida tão breve
Mais grandiosa intensa
Enfim
As estrelas te
contaram
Historinhas
O luar será teu
cobertor
A via láctea de
amamentará
Os cometas continuaram
riscando
As noites
Caindo no mar
Tua mãe te guardará na
lembrança
Eu no meu olhar
Nos pobres versos do
meu poemar
No seu ventre
No seu coração de amor
Mas o redentor te
ressuscitará
Para que teus olhos
possam contemplar
Sua glória
Como a vida pode ser
Apenas um pequeno
momento
Um instante
Um batimento
Fugaz
Jaz
Mas que faz
Assaz
Uma cicatriz
E por um triz
Quis que tua vida
Uma flor de Liz
Sei nada balbuciar
Nós deixar abrupta
Mas escreveu um diário
Que nunca será olvidado
Por este pobre bardo
Por teus genitores
Nas orações
Nas dores do coração
De sua avó
Estás nos braços de
Deus
E no reino de Jesus
Crianças sem pecado
Passam pelo buraco da
agulha
Como uma luz
Entram nos reinos dos céus
Deixando em nos tua
eterna
Lembrança
Sem nenhuma palavra
Disse muitas coisas
pra mim
Luiz Alfredo - poeta
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