Meus olhos taciturnos
Mesmo assim acedem algumas
Estrelas
Acendem caldas de alguns cometas
Vagas-lumes
Neste caminho tenebroso
Noturno
Com meu fósforo acendo
Um poema do velho poeta de Russas
E assim a noite me leva
A nenhum lugar algum
A vida dilacera minhas artérias
Mas meu coração bebe os orvalhos
Das flores sem nomes
Cai uma tênue garoa
E eu recito um Byron
Uma ruma e insetos fazem
A orquestra
Meus olhos que nunca foram
Meus
Foram dos cogumelos encantados
Das flores proibidas
Agora são lentes implantadas
Mas estão cheios de lembranças
Paixões
Absintos
Doces pontiagudos
Mas agora enxergam a escuridão
Meu coração palpita
E grita para os corvos
Que sou um espantalho
Mas trabalho cada grão
Do poema
E com minha foice
Corto as dificuldades da vida
E planto crisântemos e margaridas
Para agradecer a terra
Agora vou esperar o sol
E o bem-te-vi
Depois vou dormir na minha
Poltrona com os percevejos
Poeta de plumas versáteis
ResponderExcluirEsse poeta de certo olhar taciturno
O qual, de vaga-lumes entende bastante
Como sendo distinto menestrel noturno
Brinda-nos com reverberação cantante.
Viajando de cometa a lugar algum
Bebe, incontinenti, as gotas de orvalho
Com as quais faz este poema incomum
Que, sinceramente, entendo ou encolho.
Luiz Alfreto com seus insetos em ruma
Vai contando as tantas estrelas perdidas
Enquanto tenazmente lambe, uma a uma
Tem cogumelos de sensações proibidas
Os quais revelam seus pensamentos de pluma
Que, à sua, adicionam muitas vidas.
Saudades de vir aqui.
ResponderExcluirLindo demais!
Caro poeta Alfredo, plantar crisântemos e margaridas é uma boa pedida, sobretudo, nesta época de turbulências.
ResponderExcluirUm abraço daqui do sul. Tenhas uma boa noite.
Sempre grande, sempre extraordinário, sempre Poeta!!Abraço!!
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