Despetalei um bem me quer
Roleta russa sem bala
Pra saber se ela me quer
Desesperada cabala
Num crepúsculo rosicler
Pela cortina resvala
Numa pétala qualquer
Amolada navalha
Que uma pétala sequer
Diga que vou sempre amá-la
Para o que der e vier
A última que sacá-la
Venha me esclarecer
Que com ela arrumo a mala
Luiz, parabéns pelo belo soneto!
ResponderExcluirAo soneto
Há certa imposição no corpo do soneto
Algo que fascina, cativa e desafia
Porque essa modalidade de poesia
Aposta na linha na forma de folheto.
As primeiras estrofes, rígidos quartetos
Parte forma integrante dessa anatomia
Não importa se de tristeza ou de alegria
Vão fechando com conjuminantes tercetos.
E dentro do notável conjunto final
Sem que lhe reste uma dúvida terminal
O tema deve ser claramente esgotado.
Porque o soneto é a estória bem contada
Porém sem nenhuma rebarba, sem mais nada
É onde o sonetista encontra-se amarrado.
Faz tempo que não te leio e, relendo esse poema, a mesma sensação de estar tão perto da poesia quanto antes.Você, um poeta á ser sempre reverenciado.
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