Um sorvete de amora
derrete
Na minha mão
Esfria minha aliança
O sol ardente
O canto da cigarra
O morno verão
Transtorna o encarnado gelado
Que escorre entre meus dedos
Congela o céu da minha boca
Esfria meu coração
Na minha mão
Esfria minha aliança
O sol ardente
O canto da cigarra
O morno verão
Transtorna o encarnado gelado
Que escorre entre meus dedos
Congela o céu da minha boca
Esfria meu coração
Depois fica a
casquinha
Vazia
E a cereja de sabor artificial
E as interrogações da vida
Um gole de água
E as antigas mágoas
E o termômetro morto
De calor
Vazia
E a cereja de sabor artificial
E as interrogações da vida
Um gole de água
E as antigas mágoas
E o termômetro morto
De calor
Acróstico
ResponderExcluirAs interrogações da vida, as vezes
Morrem, derretem na palma da mão
O morno canto da cigarras cortezes
Resvala no sorvete que está no chão.
Ah meu caro, amora derretida esfria
Sorvete, até o céu da boca congela
Deixe estar, coma a casquinha vazia
E aproveite o sabor que existe nela.
Respire os ares desse verão morno
Retire portanto o que mais lhe apraz
E lembre de ir reto, não faça contorno.
Talvez seja bom não olhar para atrás.
Idas e vindas tem o amor e o verão
Decida se queres reviver as mágoas
Ao menos saiba: aflitivas lhes serão
Seria melhor nadar em outras águas.
E a gente lava o doce das mãos, que vai embora na água...
ResponderExcluirMaravilhoso!