O arco-íris
que ganhei
Dos olhos
dela
Eu os perdi
quando a beijei
E ela
fechou as pálpebras
E entrelaçou
os cílios
Como uma
Dioneia
Tudo que
passei a ver
Foi um
labirinto de cores
Impronunciáveis
Um caleidoscópio
despedaçado
Quando fechei
os meus
Ainda bem
que o recuperei
Quando os
abri
Ele estava
numa lágrima pendida
Numa gota
de orvalhos na pétala
De uma rosa
Na fluorescência
de um cogumelo
Que brotou
no mugido da vaca
Num verso
de Apollinaire
Soneto-acróstico
ResponderExcluirÀ glutona
Daqueles pernósticos cílios entrelaçados
Impronunciáveis cores trouxeram a mim
Onirismo de alma e corpo despedaçados
Num frenesi incomensurável e sem fim.
Então percebi Dioneia de lábios ousados
Implorando que eu lhe falasse meu sim
Agora tantos amargos lustros passados
Gosto daquela pretenciosa glutona enfim.
Lasciva Dioneia que engole, abocanha
Um caleidoscópio dentro qual me acho
Tens das terríveis carnívoras a manha.
Onde tu vives todos abaixam penacho
Não existe quem neste planeta te ganha
Antes, somos todos de ti mero capacho.