Não vou te
matar
Oh mosca
Vem de pré-históricas
larvas
Lavas de
vulcões
Chuvas de
meteoros
Sopas de amônias
O sol na
medida certa
Medido com
compasso no infinito
Espaços
De infinitas
estrelas que começo
A contar
E não sei
quando vou terminar
Tantos eclipses
de luas
E você vem
de lá mosca
De tantos
globos oculares
Sentar no
meu pão
Parábola do
meu dia fatigado
Sobrevoar o
meu leite
Metonímias
do meu gado
Estou cansado
de mortes
Não vou te
matar
Pode se
lambuzar no meu mel
Eu compartilho
contigo o meu céu
Azul
Pode zumbizar
Cuidado apenas
com aquela plantinha
Seu perfume
é mortal
Ela é uma
planta com instinto animal
Tem estranhas
vísceras
E mandíbulas
afiadas
E não tem o
coração de poeta
Tomando chá
com torradas
Soneto-acróstico
ResponderExcluirÀ mosca
Azul porque a natureza quis assim
Para zumbir e marcar sua posição
Enquanto à mesa lambe seu pudim
Não está nem aí para sua atenção.
A mosca azul que senta no seu pão
Sobrevoa seu leite e parece chinfrim
Unicamente pensa nela, em você não
Mate-a, pois ela vai declarar seu fim.
Apenas uma mosca então dirá você
Mas que será nociva, eu te garanto
Onde pousa, ela infecta e não se vê.
Sua vida contudo é isenta de pranto
Com ela pousada estás a sua mercê
Assim somos dela reféns um tanto.