Houve um dia
Em que eu desci das árvores
Para me tornar um homo sapiens
Abandonei os galhos de frutos
Doces
Para andar ereto
E aprendi a colher os frutos
Com as mãos flexíveis
Haverá um tempo
Que enxergarei a vida
Com outros olhos
Deixarei para trás meus olhos
De neon
Euclidiano geométrico
Cartesiano mordaz
Assaz descerei dos galhos
Ocidentais
Deixarei no outro lado
Da ponte
O homem racional dialético
Falaz
Assaz
Para ser o super-homem
Assim como abandonei
O símio sagaz
Para ser este homem loco
Locais
Louco demais
Que aprendeu a acender o fogo
Explodir o átomo
A eclodir a si mesmo
Incendiar florestas
E apagar estrelas
Esse tal Homo sapiens
ResponderExcluirOra! direis, com certo espanto talvez,
Como então na humanidade não crês?
E eu, tranquilamente vos esclareço
Pelo Homo sapiens não tenho apreço.
Porquanto ele é seu próprio inimigo
Apenas preocupado com seu umbigo
E que tudo mais pouco lhe interessa,
Porquanto nunca convive, tem pressa.
Direis, mas isso não faz sentido algum!
Então o tal humano é autodestrutivo?
Sim, se matará até não existir nenhum.
E vos direi: acha-se o maior ser vivo,
E nunca valerá mais que mero “pum”
Ele que mata sem qualquer motivo.