É duro chegar
ao cerne
Do diamante
Ao profundo
amor do amante
Aos essentes
do ser
Ser humilde
para não saber
Que nada sabe
Perdoa-me Nietzsche
Mas esta eu
aprendi
Com Sócrates
Cloro que teve
momentos
Que escapei
por um triz
Minha primeira
arte poética
Foi copiar versos
alheios
Versos que me
levavam
Aos devaneios
Copiei versos
com grafites
E giz
Alheio
Passeio por
entre estrelas
E um luar ensurdecedor
Uns grilos impertinentes
Este verso não
é meu
É duma poeta
massa
Uns vaga-lumes
reluzentes
Passeando intermitentes
Numa hora luz
Outra pura escuridão
Mas ainda fica
os vestígios
Da luz
O som nu pisca
de olho
Aprendi a poetar
com os Oswaldos
Um Gomes não
de Matos
Mas de fato
do mato
Abaporu mandi
nambu
Outro o Andrade
Também o Mário
de Andrade
Lembro-me quando
me perdi
Na cidade
Claro que tive
meu dia
De mosca azul
E moro na galáxia
repleta
De poetas
Em Manaus os
poetas moram
No vasto caos
urbano
Insano
Educano careiro
Lá no cais moraram
os tinteiros
As gaivotas
Os galantes
botos mergulhadores
Encantados
Trazem no corpo
entranhado
O aroma dos
rios
Em Porto Velho
os poetas estão
Nas ruas
Nas planícies
da lua
Nos crepúsculos
do mirante
Encontrei o
poeta Bahia
Com sua mania
de ser feliz
E poetar
Lembrei-me de
um acorde
Do Binho
Lá na Boulevard
Acho que vou
levar um buquê
De sonhos pra
ela
Apaixonei-me
pelo verde mar
Do Mucuripe
E levo meu velocípede
E minha viola
Para passear
nas suas velas
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