Sonetos enluarados
de luar
De violetas
Aquele campo
de alfazemas
Perfume de magnólias
Canto mórbido
do melro
Este é o que
herdei
Do Ocidente
Em Calama acordava
Com o canto
dos pássaros
Os gritos azuis
e vermelhos
Da araras
O grito verde
dos periquitos
Aos bandos de
curicas
Papagaios balançam
nos galhos
Quebrando sementes
no bico
Despedaçando
orvalhos
O luar toma
cuidado com eles
Para não beliscar
sua face
Ultrapassa a
madrugada afoita
Apaga as fogueiras
E as lamparinas
Em Calama as
estrelas abrem
Seus corações
E as flores
seus encantos
As nereidas
seus cantos
Viramos sem
quer um bicho
Do mato
Um boto no
rio
Esse mundo diferente
ResponderExcluirEivado de melodrama
Que vate no fundo sente
Só existe em Calama.